"A vida é como andar de bicicleta. Para manter o equilíbrio, você deve continuar se movendo."
Albert Einstein Tweet
Nesse mês de março, abri a agenda internacional com uma visita aos EUA, onde estive na Fintech Américas, em Miami, e no World Down Syndrome Day, na ONU de Nova York. Foram duas semanas intensas, conversando com empresas tech, investidores e instituições financeiras, buscando entender o caminho da internacionalização de startups nos EUA.
O mês de março foi marcado por extrema volatilidade. O presidente Trump, que já havia adotado uma postura rígida contra a China em seu primeiro mandato, implementou um novo tarifaço que impactou não apenas países asiáticos, mas também parceiros históricos dos EUA.
O ecossistema de startups brasileiro sofreu mais um impacto com o aumento da taxa de juros para 14,25%. Apesar desse cenário desafiador, alguns grandes fundos de venture capital seguem em busca de boas oportunidades, fazendo ofertas por participações em startups que demonstram crescimento e destaque em nichos estratégicos do Brasil.
EUA – Internacionalização de Startups: Loucura ou Ingenuidade?
A convite de Pedro Felipe Moura da Flourish Fi, a Kadmotek participou da Fintech Américas. Foram dias intensos de troca de conhecimento, networking e aprendizado. Após essa experiência em Miami, segui para Nova York, onde tive diversas conversas com instituições financeiras, empresas de tecnologia atuantes no mercado americano e investidores. Durante essas interações, sempre finalizei com a seguinte pergunta:
- Faz sentido levar startups brasileiras para o mercado internacional? Estou sendo louco ou ingênuo?
Recebi respostas variadas, tanto positivas quanto negativas. Aqui estão alguns dos pontos mais recorrentes que ouvi:
• Advogado: O custo jurídico pode ser proibitivo. É essencial alinhar contratos com precisão para evitar complicações legais que possam comprometer o negócio.
• Clientes Brasileiros: Muitas startups iniciam sua expansão internacional focando em clientes brasileiros ou empresas brasileiras nos EUA. No entanto, algumas acabam travadas nessa fase e não conseguem avançar para o mercado local.
• Comercial Americano: Ter um nativo à frente das operações comerciais é essencial. A barreira cultural pode ser um desafio significativo, assim como ocorre quando empresas estrangeiras tentam entrar no Brasil.
• MVP (Minimum Viable Product ou Produto Mínimo Viável): Independentemente do sucesso da startup no Brasil e do capital disponível para expansão, é fundamental lançar um MVP no mercado americano e investir na construção de um relacionamento sólido com os primeiros clientes locais.
Esses são apenas alguns dos muitos insights coletados ao longo dessas duas semanas. Seguiremos conversando com os contatos estabelecidos nos EUA e, no futuro, nossa presença deve crescer ainda mais – seja por meio de investidas nos EUA ou pela internacionalização de startups do nosso portfólio.
Mercado Volátil: Desafios e Oportunidades no Primeiro Trimestre de 2025
O cenário econômico global segue desafiador, e o Brasil não ficou imune às turbulências. Com o Governo Trump intensificando sua política protecionista e implementando um novo tarifaço sobre importações, a economia brasileira sente os impactos dessa guerra comercial. Para agravar a situação, o Banco Central elevou a taxa de juros para 14,25%, reforçando um ambiente de maior restrição de crédito e desaceleração econômica. A combinação desses fatores cria um panorama complexo para investidores e empreendedores, que precisam lidar com incertezas elevadas e se adaptar rapidamente às novas condições do mercado.
No mercado de criptoativos, a volatilidade também tem sido marcante. O Bitcoin (BTC) encerrou o primeiro trimestre de 2025 com uma queda acumulada de 11,7%, refletindo as preocupações globais com inflação e as tensões comerciais entre os Estados Unidos e outras economias. Apesar da recente correção para US$ 88 mil, o ativo digital ainda enfrenta desafios e pode sofrer novas quedas, segundo analistas. Kais Altabba, gerente de negócios da Bitget, acredita que o BTC pode recuar até US$ 73 mil no curto prazo, representando uma desvalorização de 17%. O risco está associado ao crescimento de posições alavancadas no mercado, que podem levar a liquidações forçadas caso as expectativas de alta não se concretizem. Ainda assim, a recente oscilação sugere uma estabilização momentânea do mercado após semanas de forte estresse.
Fonte: Einvestidor Estadão
A Reserva Estratégica de Bitcoin dos EUA
Em um movimento sem precedentes, o governo dos Estados adicionou o Bitcoin a reserva de criptomoedas que inicialmente teria três ativos: XRP (Ripple), SOL (Solana) e ADA (Cardano), reforçando uma mudança significativa na abordagem regulatória do país em relação aos criptoativos. A medida foi formalizada por meio de uma ordem executiva assinada por Donald Trump, com a intenção de consolidar os EUA como a capital mundial dos ativos digitais. O governo federal pretende reunir bitcoins apreendidos ao longo dos anos, estimados em aproximadamente US$ 17 bilhões, e transferir esses ativos para o Tesouro americano.
Segundo os defensores da iniciativa, essa reserva funcionaria como um mecanismo de proteção contra instabilidades financeiras e a desvalorização do dólar, fortalecendo o país diante de cenários adversos no mercado global. O anúncio, no entanto, gerou uma reação imediata no mercado. O Bitcoin caiu de US$ 90 mil para US$ 85 mil logo após a assinatura da ordem executiva, refletindo a incerteza dos investidores em relação aos impactos dessa decisão.
Autoridades do governo garantiram que a aquisição de novos bitcoins será realizada de forma neutra para o orçamento, sem comprometer recursos dos contribuintes ou aumentar o déficit público. A medida sinaliza um passo relevante para a institucionalização das criptomoedas nos EUA e pode redefinir a relação entre governos e ativos digitais no longo prazo.
Na próxima carta, compartilharei com vocês minha jornada na UK Fintech Week. Vamos ver o que a terra onde nasceram as fintechs traz de novidades para nós.
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