TEATRO GEOPOLÍTICO, RWAs EM ALTA E O RETORNO DO IOF: MAIO EM CENA

“Vivemos tempos em que a comunicação se tornou o campo de batalha onde ideias, emoções e interesses lutam para reverberar.”

Com algum atraso (de novo!), compartilho agora a carta do mês de maio. As primeiras semanas de junho foram totalmente consumidas pela FEBRABAN TECH, o que acabou empurrando esta publicação. Mas, voltando ao foco, o evento que mais marcou meu mês de maio foi o Bancos & Banking, realizado pela Cantarino Brasileiro e pela ACREFI. Um fórum que mais uma vez trouxe debates relevantes sobre o presente e o futuro do setor financeiro.

O mês também foi movimentado no mundo dos investimentos, especialmente na evolução das Real World Assets (RWAs). O segmento já acumula mais de US$ 235 bilhões em capitalização global, com destaque especial para a ONDO Finance, que é uma das novas soluções para institucionalizar a tokenização de ativos do mundo real. O crescimento acelerado das RWAs mostra que o conceito de “infraestrutura financeira” está ganhando uma nova camada mais digital, mais eficiente e, claro, mais global.

Falando em cenário global, não dá para ignorar o novo capítulo da novela envolvendo Donald Trump e Elon Musk. A troca de farpas começou no X, com direito a ataques públicos, discussões sobre liberdade de expressão, e agora apimentada pelas recentes propostas de regras protecionistas no Congresso Americano. Isso sem contar os inesperados elogios de Trump ao presidente Xi Jinping, o que só aumentou o tom de contradição. A dúvida que fica é: estamos assistindo a uma briga de verdade… ou a mais um episódio de um teatro político bem ensaiado?

Enquanto isso, no Brasil, vivemos nosso próprio enredo de instabilidade com a volta da pauta IOF aos holofotes. Após anos de relativa calmaria, o anúncio de novas regras gerou uma verdadeira turbulência no mercado. Quem tem memória longa deve lembrar que, algumas décadas atrás, mudanças no IOF eram quase mensais: já tivemos cálculo com juros compostos por atraso, limite máximo de 9 meses para crédito, e outras soluções “criativas” que, no fim, só aumentaram a volatilidade e a insegurança jurídica para o sistema financeiro. Será que esse ciclo de instabilidades está de volta?

Bancos & Banking – O consumidor na era da reverberação

Estive no Fórum Bancos & Banking 2025, e saí de lá com muitas reflexões sobre os rumos do setor financeiro. Um dos momentos mais marcantes foi a palestra do antropólogo  Michel Alcoforado, que trouxe uma provocação certeira: como as instituições devem se conectar com um consumidor que agora compartilha espaço com o próprio CMO? A comunicação virou arena de disputa. Produto, marca e canal precisam não só atender o cliente, mas também reverberar com autenticidade dentro das redes sociais e dos grupos de afinidade.

Outro painel que me chamou atenção foi o mediado por Cintia M. Ramos Falcão, que trouxe uma visão muito clara: crédito não é apenas acesso é inclusão, transformação e empoderamento social. Dados, tecnologia, hiperpersonalização e escuta ativa são os pilares de um crédito mais inteligente e socialmente responsável.

Trump & Musk – Briga ou Teatro?

A nova treta do mês veio direto do X, onde Trump e Elon Musk trocaram publicamente farpas. Tudo isso logo após o avanço de propostas protecionistas no Congresso Americano, que podem impactar diretamente empresas como a Tesla. Para deixar a trama ainda mais confusa, Trump fez elogios nada discretos ao presidente chinês, Xi Jinping, justamente enquanto critica Musk, cuja cadeia de produção depende fortemente da China.


Fica a dúvida: estamos vendo uma disputa genuína… ou só mais um capítulo bem roteirizado de um reality show político com plateia global?

IOF – O Retorno da Instabilidade

Se o tema é volatilidade, o mercado brasileiro também teve sua dose com as novas discussões sobre o IOF. Décadas atrás, vivíamos quase um calendário de surpresas mensais: já tivemos cálculo de IOF por atraso com juros compostos, limites de prazo para crédito que iam de no máximo 9 meses, além de outras medidas de efeito duvidoso. Essas medidas só trouxeram instabilidade e imprevisibilidade para o sistema.


Agora, com as novas medidas recém-anunciadas, a sensação é de déjà-vu. Será que voltamos àquela época de criatividade regulatória que, no fim, só alimentava o risco de crédito e a volatilidade no funding?

Bom, por hoje é isso. Para a próxima carta, prometo tentar ser mais pontual. E já deixo o aviso: em breve compartilharei os destaques da FEBRABAN TECH 2025, com as conexões e aprendizados que levei desse grande encontro do setor financeiro.


Até lá!

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