Soft & Hard Skills
Recentemente li alguns artigos e também várias postagens no Linkedin colocando ainda mais ênfase em uma conversa, já antiga por sinal, que trata da importância das “Soft Skills” nas organizações.
Meu entendimento é de que mais uma vez estamos caminhando para uma polarização. “Hard” e “Soft” são opostos no dicionário sim, mas o que realmente importa é que nos últimos anos vivemos e experimentamos uma polarização para o lado “Hard” das competências e habilidades e ela vem se manifestando quando utilizamos, premiamos e enfatizamos apenas o lado do resultado, da tecnologia, do tecnicismo, da estatística, da ciência e da métrica entre outras habilidades racionais e objetivas.
Estamos em um momento único em que um novo nível de consciência aterriza na humanidade pedindo inclusão, diversidade, consenso, humanização, cuidado, atenção, intuição e principalmente harmonia nos relacionamentos. Não podemos fingir que esse movimento em direção do que é mais subjetivo não está acontecendo e tampouco negar que foi acelerado nesse momento de pandemia e de grandes transformações no ambiente de trabalho e que clama pelas habilidades relacionadas às mudanças trazidas por esse alvorecer de uma nova era, as denominadas “Soft”
Imaginar que agora as “Soft” ou “Human Skills”como as denomina o escritor e palestrante Simon Sinek, são as mais importantes em detrimento das “Hard” é considerar que mudaremos a polaridade de lado, levando a um período de novo desequilíbrio nessa relação. Uma polaridade não é um problema e, portanto, não pode ser resolvida. Ela sempre vai exigir os dois lados. Escolher apenas um dos lados, como fizemos desde a revolução industrial, retira uma parte crucial desse jogo infinito pois um lado será preterido, esquecido, desprezado e conduzirá as perdas ou, no mínimo, não propiciará o melhor resultado desejado.
Ao escolher um único lado, obtemos não apenas o que é bom desse polo, mas também os malefícios do seu uso excessivo, então ao escolher as “Hard Skills” podemos obter ambientes de trabalho frios, calculistas, distantes, que tratem seres humanos como apenas recursos que geram resultados, retirando a beleza da criatividade, da inovação e do improviso entre outras qualidades. Da mesma forma, escolher o lado “Soft” pode, pela utilização excessiva, levar a culturas muito sentimentais que distanciem a empresa da objetividade do foco e direção, qualidades ainda tão necessárias.
Precisamos equilibrar e sustentar o uso dessas duas modalidades, a “Soft e a “Hard” e não uma ou outra e quem deve ser o tensor para essa atuação no caminho do meio é a Liderança. Os líderes devem exercer o seu papel de Gestor, tomado decisões, desenvolvendo pessoas para as habilidades técnicas, lógico-racionais e para a gestão das disciplinas como finanças, marketing, vendas, logística, etc. Já papel de Líder está relacionado com o lado humano que vem pela empatia, pelo diálogo e através do interesse genuíno em pessoas, prover a segurança psicológica e a confiança que são alicerces que permitirão que as habilidades “Soft” de seus liderados sejam desenvolvidas.
O líder que escolhe apenas um desses dois tipos de habilidades cria a polarização que limita, reduz e que cerceia a evolução e o desenvolvimento da organização. Culturas fortes são aquelas que embasam as escolhas de seus valores nesse equilíbrio, nesse caminho do meio que é “Hard” & “Soft” ao mesmo tempo. Uma cultura de ambivalências é necessária e essa apresentada nesse artigo é apenas uma delas!
One thought on “Soft & Hard Skills”
Texto direto e claro. Não raras vezes, as empresas preocupadas com os resultados financeiros apenas, deixam de cuidar do lado “soft”, tão importante quanto o “hard”, para os melhores resultados. Em todas as coisas, o equilíbrio, sempre! Parabéns!