Serviços financeiros, uma transformação silenciosa
O mercado financeiro vive uma das maiores transformações dos últimos tempos, seja pela entrada das fintechs nesse ecossistema, seja por inovações como PIX, OpenBanking, Automatização da portabilidade e o próprio consignado (um modelo de crédito pessoal com desconto direto na folha de pagamento). A maior transformação, na minha opinião, não estão nessas novas ferramentas ou produtos e sim na configuração atual do mercado financeiro.
Talvez você não tenha percebido uma transformação que está sendo muito pouco divulgado ou percebido, trata-se da mudança da estrutura de Instituição financeira para serviços financeiros. O que isso quer dizer? Vamos colocar os “Pingo nos is”. Instituição financeira são empresas financeiras que faz o papel de intermediário entre o cliente e algum tipo de serviço do mercado financeiro, como a realização de algum investimento, empréstimos, financiamento, entre outros serviços. Quando menciono serviços financeiros, estou falando de um conjunto de processos e atividades que melhoram a gestão do negócio e aproxima o serviço do cliente final. E o que isso tem haver como uma transformação silenciosa? Simples, a maior ameaça para os grandes conglomerados financeiros não são as fintechs, são grandes redes de varejos, indústria, empresas de tecnologia que criam em seu portfólio um braço financeiro para gerar vantagem competitiva frente a concorrência e entregar mais valor para o cliente final.
Essa clusterização de serviços, traz uma ameaça real para o ecossistema, vejam o exemplo da Magalu, comprou a HubFintech, Locaweb comprou a Crediesfera, a Renner tem a Realiza Financeira, a Riachuelo com Midway, a Meliuz com o Acesso Digital, a AMBEV com Donus e assim por diante. Essas empresas conhecem muito mais o seu cliente do que uma instituição financeira tradicional, elas conseguem criar produtos e serviços customizados para atender as necessidades de seus clientes e é isso que eu chamo de uma revolução silenciosa. Enquanto, a grande parte do mercado está de olho no avanço do PIX, OpenBanking e etc, a consolidação e a entrada de novos players para explorar o seu próprio ecossistema, tem acontecido de forma feroz. Isso sem falar das grandes empresas de tecnologias que estão ensaiando a sua entrada no mercado financeiro, como Apple, Amazon e Facebook, isso teria um efeito atômico e não consigo projetar a reconfiguração que isso causaria no mercado financeiro. Essa elevação de competividade é muito saudável para solvência do sistema e no final quem sai ganhando é o consumidor final.
Sua empresa está preparada para essa revolução?
Uma excelente semana e até a próxima coluna!