Saúde financeira dos funcionários: por que essa deve ser uma das prioridades do RH?


Um problema que é NOSSO!

Quem nunca ficou tenso com as contas que se acumulam, que atire a primeira pedra.

A gente perde o sono, perde o ânimo, perde o apetite. As vezes perde até o ônibus, o metrô, o trem, de tanta preocupação. E quando chega no trabalho, perde a concentração várias vezes ao longo do dia.

A única coisa que conseguimos pensar é que não conseguiremos pagar aquela conta. E, sem perceber, estamos pagando uma outra conta. A conta de nossa saúde mental e física, a conta do nosso rendimento no trabalho.

Quer você queira, quer não, a verdade é esta: problemas com dinheiro exterminam a produtividade até do melhor funcionário. E, considerando isto, questões financeiras deixam de ser um problema exclusivo do colaborador e passam a ser problema da empresa toda, principalmente do RH.

Devemos lembrar que o papel do RH vai muito além de contratar e desligar. O RH não é responsável apenas pela folha de pagamento, por coordenar os processos que acontecem dentro das organizações.

O nome já diz: Recursos Humanos. Se o RH não for o primeiro departamento a se humanizar, não dá pra cobrar que os gestores e demais áreas sejam humanos. E ser humano é, justamente, olhar para além dos cargos e crachás. É perceber que os colaboradores têm uma vida fora do escritório e que esta vida se mescla cotidianamente a rotina de trabalho.

 

Os números chocantes

Hoje, com a pandemia, o novo normal é a instabilidade. E isso em todos os aspectos da vida, incluindo o financeiro. E é aí que entra o RH para ajudar a combater o estresse financeiro que atinge boa parte dos colaboradores.

Os números não mentem. Pelo contrário, os números são alarmantes. Em 2019 foi realizada a pesquisa anual da consultoria PwC sobre bem-estar financeiro dos colaboradores, Employee Financial Wellness Survey e foi constatado que 59% dos entrevistados apontam o dinheiro — ou a falta dele — como seu principal motivo de estresse no trabalho.

Quando o assunto é produtividade, 35% dos colaboradores confirmam que as preocupações com dinheiro corroboram para perda de foco e distrações durante o expediente. Além disso, dessas citados, quase metade (49%) diz perder mais de três horas de trabalho semanais pensando em como lidar com seus problemas financeiros.

E quem nunca se viu distraído, arrebatado no meio do trabalho, pela angústia de não saber como resolver questões financeiras? As mãos começam a suar frio, o peito chega a doer.

Os millennials se revelaram os mais afetados: 49% sofrem de baixo rendimento por conta da questão financeira. Se pensarmos em ordem de gravidade, o estresse financeiro prejudica mais a nossa saúde física e mental (32%), os relacionamentos em casa e no trabalho (32%), a produtividade em geral (21%) e a assiduidade no emprego (10%). Ou seja, tem impacto em absolutamente todos os campos da nossa vida profissional – e pessoal.

Esses dados apenas reforçam os resultados obtidos na pesquisa The Employer’s Guide to Financial Wellness 2019, publicada pela Salary Finance. As estatísticas sobre colaboradores financeiramente estressados são, no mínimo, chocantes:

• Perdem cerca de 3,4 horas produtivas por semana pensando em dinheiro

• Têm 4,9 vezes mais chances de apresentar baixa performance no trabalho

• Correm 5,8 vezes mais risco de não terminar suas tarefas do expediente

• Têm 4,5 vezes mais chances de ter problemas nos relacionamentos com colegas

• Têm 2,2 vezes mais propensão a procurar outro emprego.

 

A realidade do brasileiro

No nosso país, uma pesquisa da consultoria BlackRock, publicada em 2019 na InfoMoney, mostra que o dinheiro é a principal causa de estresse no Brasil, apontada por 58% dos entrevistados. Não bastasse isso, outra questão extremamente preocupante é o alto índice de endividamento: quase 40% da população adulta está endividada no Brasil — são 61,3 milhões de consumidores negativados, segundo dados do SPC publicados em 2020 (caos que aumenta com a pandemia).

 
E se todos esses números ainda não te assustam e nem incomodam, de acordo com a pesquisa da Salary Finance, a má saúde financeira dos funcionários custa de 11 a 14% do salário para as empresas, contando os dias improdutivos e custos extras de recrutamento e treinamento. Ao todo, isso representa um prejuízo anual de US$ 500 bilhões para as empresas norte-americanas.

Tá bom ou quer mais?

Quanto custa…

Segundo uma estimativa da Financial Finesse, uma empresa especializada em programas corporativos de bem-estar financeiro, publicada em 2016, estes são os custos aproximados do estresse financeiro em uma organização de 5 mil funcionários nos EUA:

• US$ 44.341,40 em penhoras de salários

• US$ 88.722,90 em impostos extras sobre a folha de pagamento

• US$ 225 mil em custos de turnover

• US$ 426.439,60 em custos de absenteísmo

• US$ 650 mil em aposentadorias adiadas

• US$ 1,35 milhões em assistência médica e psicológica.

Faça as contas: cada empresa pode arcar com mais de US$ 2,7 milhões em custos se a saúde financeira dos funcionários não estiver adequada.

 

Não é hora de se esconder; é hora de estender a mão!

E como podemos impedir que o pior aconteça?

Não existe um manual, mas o primeiro passo é compreender a situação de cada funcionário, o que eles precisam. O segundo passo é educá-los financeiramente. E o terceiro, mas não menos importante, é apoiá-los em sua trajetória.

Se o RH não se posicionar, não tomar para si a responsabilidade de cooperar com seus colaboradores e não se dispor a lutar essa batalha, nossas perdas serão cada vez maiores. Não somente perda de dinheiro, o que por si só já é terrível para toda e qualquer empresa. Mas, perderemos o ativo mais valioso de todos: pessoas.

Compartilhar:

WhatsApp
LinkedIn
Twitter
Facebook

Mais artigos

CONSENTIMENTOS DE COOKIES

Na era digital atual, a proteção de dados e a privacidade dos usuários são prioridades indiscutíveis. As leis de privacidade são uma realidade, e vem monitorando e regulando o mercado global com grande eficiência.

MARKETING DE RELACIONAMENTO

É a combinação de pequenos detalhes que faz a grande diferença no sucesso das interações e de toda a cadeia de atendimento. Por isso, é essencial que se invista em uma equipe especializada para o relacionamento em Redes Sociais, para que, além de passarem informações precisas, com empatia e humanização, sobre produtos e serviços, possam, acima de tudo, gerar negócios.

EXPLORANDO O ECOSSISTEMA WEB 3.0 NO BRASIL: UMA JORNADA DE DESCOBERTAS E INVESTIMENTOS

A pergunta que lanço no título desse artigo é para contar que não é preciso sair do Brasil para localizar startups que estão no ecossistema Web 3.0. Temos vários cases interessantes no Brasil. Nas últimas semanas participei de dois eventos, onde pude ver um conteúdo rico para todos os entusiastas e curiosos do que está acontecendo no que chamo de movimento Web 3.0.

7 TENDÊNCIAS DO MERCADO DIGITAL

“Tendências do Marketing Digital Automotivo 2020”. São reflexões que acreditamos que podem te ajudar a pensar sua estratégia de marketing digital automotivo.

Idioma »