Sem precisar sair do zero fica mais fácil
O mercado financeiro, no Brasil e no mundo, vive um processo acelerado de democratização, nunca antes visto, sendo cada vez mais populado por um número crescente de players, sejam eles fintechs de diversos setores e até empresas de varejo, telecom e outros também virando suas próprias fintechs. Grande parte desse movimento ocorre pelos avanços regulatórios promovidos pelo Banco Central, CVM, SUSEP e outros órgãos e associações relacionadas, com foco no aumento da competitividade e evolução tecnológica do setor, melhorando no fim a vida do cliente na ponta.
Nos bastidores desse processo acelerado, encontramos os provedores de serviço, infraestrutura financeira, BaaS (Banking as a Service), FaaS (Fintech as a Service). Essas empresas possibilitam a atuação de novos entrantes e incumbentes, suportando a evolução da digitalização e novos produtos, seguindo todas necessidades regulatórias. Esse é um caminho percorrido por empresas que desejam acelerar seus processos, testar novas frentes e produtos, criando um atalho para já atuar o mais breve no mercado, com um custo-benefício muito mais interessante, fora o custo oportunidade e erros que podem acontecer no meio do caminho, por não saber para onde ir em alguns produtos, sendo que há no mercado diversas opções prontas e white label (pode usar a sua própria marca).
As soluções vão desde onboarding digital, criação, manutenção e gestão de contas digitais, emissão de cartão de crédito, emissões de CCB, operações de crédito em geral, gestão de garantias, cash management, estrutura de meios de pagamento (inclusive PIX) e muito mais. Como as opções são geralmente modulares, leves e em nuvem, é aceitável personalização, o que torna a dinâmica ainda mais atrativa. Além disso, as empresas que ofertam tais serviços, normalmente, contam com uma expertise de atuação no mercado, trazendo eficiência em implementações e definições de produtos adequados para cada cenário.
Esse movimento fora do Brasil está bastante aquecido, e não é de hoje. Em um dos maiores eventos de fintech que eu estive, o LendIT, que ocorreu em São Francisco, CA, no Vale do Silício, berço de empresas inovadoras, em 2019, pude acompanhar como esse movimento estava acontecendo, inclusive, assim como aqui, fintechs atuantes no mercado, entregando sua plataforma como serviço para o mercado, até mesmo para concorrentes, incrível pensar isso né? Mas é essa a realidade onde não tiver o melhor canal, eficiência comercial, que ao menos ofereça de maneira exponencial a tecnologia, através de módulos, integrações ou plataforma pronta e white label, tudo plug and play (pronto para uso).
Alguns especialistas do mercado já dizem que viveremos uma nova realidade, extremamente pulverizada, em que teremos milhares de “bancos” nos próximos anos, cada qual em seu nicho, e juntos tomarão uma parte do market share dos incumbentes. Esse é um assunto bastante sexy no momento, mas antes de decidir por ser ou não uma fintech, banco digital ou similar, não se iluda. Saindo do zero ou alterando a realidade de uma empresa tradicional, é preciso cabeça aberta ao novo, possibilidade de atingir nichos e ecossistemas originadores de clientes/negócios em certa escala, aí sim, a conta fecha, se não, é somente enfeite. E você, quer ser uma fintech?
>Este texto foi originalmente publicado no Portal de Notícias INFOCREDI 360, confira aqui.