Falamos muito no sistema ambiental, mas não podemos esquecer do Ecossistema econômico. Um não sobrevive sem o outro.
Introduzir a educação financeira nas escolas é inserir as crianças no Ecossistema Financeiro. Não apenas prepara o mundo para as crianças, mas prepara as crianças para o mundo.
O Brasil economicamente forte de amanhã depende muito da educação financeira das crianças de hoje, tomando consciência do valor do trabalho, do dinheiro e das dificuldades de sua escassez.
E quantas coisas que as escolas ensinam não se propagam para as famílias, pais, irmãos, tios e avós?
Já vivenciamos coisas muito semelhantes, como a necessidade de reciclar o lixo, que hoje é hábito familiar na maioria dos lares, e até mesmo de como consumir a energia e a água, que são escassas.
Não digo aqui que devemos atribuir responsabilidades dos adultos para as crianças. Elas precisam, sim, ser crianças, mas terão que lidar com o dinheiro a vida toda. Então porque não pensar nele desde cedo, como já fazem com o meio ambiente?
Entender o esforço dos pais no trabalho para garantir o sustento da família, entender que tudo são escolhas, desde as compras no mercado até os passeios, brinquedos, e lazer, é de suma importância.
A educação financeira faz parte da cidadania. Da opção que você tem de cuidar do próximo e de seu dinheiro. Da opção de respeitar as regras, exercendo seus direitos e deveres.
Aprender que, dependendo das escolhas que fazemos, podemos mudar o nosso futuro faz toda a diferença; que juntar o dinheiro da mesada, ou até mesmo de presentes de amigos e familiares, faz com que as crianças valorizem mais a conquista de seus sonhos, assim como de sua moradia, sua comida e até mesmo a qualidade do tempo que passam com aqueles que amam.
Fazer a criança se questionar: eu preciso mesmo disso? Vou realmente usar? São questões simples que podem ser inseridas em seu dia a dia.
Dividir com o próximo o que se tem, e não necessariamente se usa, com campanhas e projetos é sensacional. É a transformação de crianças em verdadeiros seres humanos.
Temos aqui a oportunidade de diminuir as desigualdades, de se fazer exercer o direito que todos temos de ter um futuro digno e melhor.
Sem contar que o aluno passa a ver sentido na matemática, passa a de fato praticar a soma, a subtração, a multiplicação e a divisão.
Soma conhecimento, multiplica o que aprendeu com sua família, e passa a ser mais solidário, dividindo o que tem com os outros.
Desenvolve o espírito empreendedor, passa a ter mais capacidade de transformar o mundo, de conhecê-lo em viagens, experiências, e passa a pensar no futuro de sua família e de sua aposentadoria.
É a possibilidade de ter um futuro brilhante, começando a olhar a desigualdade e a participar de projetos sociais doando o que se tem, dividindo, cuidando, passando a exercer o papel de um pequeno cidadão.
A criança passa a racionalizar algumas coisas, como “por que eu tenho tantas oportunidades e conforto, enquanto outros praticamente não têm nada? Por que enquanto estou passeando num carro confortável, tem alguém menor que eu vendendo bala na esquina ou pedindo esmola para comer? O que é possível fazer tendo essa consciência para acabarmos com essa desigualdade toda? Será que apenas doar um pouco do que temos ou mudar o sistema todo?
Conhecendo mais sobre o assunto, a criança passa a entender quando os pais falam NÃO, sem se sentir frustrada por isso.
Hoje, as crianças não sabem lidar com dinheiro, com frustrações e com uma série de outros sentimentos que a vida vai se encarregar de lhes apresentar.
São poucos os pais que estão preparados para isso, e falar sobre o assunto nas escolas certamente as ajudará a se tornarem adolescentes e adultos mais preparados. Não só a lidar com o dinheiro, mas a se planejar, a fazer suas escolhas, sabendo que alguns sacrifícios deverão ser feitos. Isso tudo será mais natural.
Agora imaginem quando eles voltarem da escola, animados, pedindo para os pais fazerem um planejamento familiar, uma lista de compras e coisas simples, que, quando aplicadas, farão a diferença na vida da sua família?
Essa é a esperança por dias melhores, e por condições mais justas para todos: preparando as crianças para o mundo.
Uma oportunidade de termos idosos mais ativos e se sustentando com sua aposentadoria e com a renda do patrimônio que construiu ao longo da vida.
É assim que teremos governantes mais responsáveis e cidadãos mais preparados para elegê-los e exigir seus direitos.
É assim que o tabu da matemática será superado por tantas crianças, vivendo na prática o que devem ou não fazer.
É um sonho que está se concretizando no nosso país.
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