Como esse formato altera o fluxo de crédito, relação comercial e de experiência do cliente
O termo fintech, ok, já está bem disseminado nos últimos tempos e cada vez mais vemos cases de sucesso. Mas e o Embedded Fintech? Algo que já vem acontecendo há algum tempo, mas não tinha a sua denominação tão divulgada, e agora está vindo com força total.
Vamos à definição de Embedded Fintech (em português: Fintech Embutida), seu formato consiste na criação de uma fintech dentro de uma empresa, seja ela de qualquer segmento, que não tenha como negócio principal a oferta de serviços financeiros. Um exemplo claro disso é a empresa Uber, que criou dentro do seu negócio, serviços de pagamento embutidos em seu app. Hoje solicitamos, entramos e utilizamos o serviço, saímos e nem percebemos que pagamos, tudo de maneira fluida e sem fricção.
Essa é uma tendência mundial, e cada vez mais vemos empresas tradicionais do segmento financeiro investindo nesse modelo de empresa, uma vez que começa a se “pescar de rede” e não mais “pescar de varinha”, ou seja, um a um. A grande quantidade de clientes e/ou fornecedores ligados a empresas dos mais diversos segmentos desperta tal demanda. Ainda mais em um momento em que estamos com o processo de digitalização cada vez mais acelerado dos negócios e também há o desafio de as empresas otimizarem ao máximo seus fluxos, seja para redução de despesas ou novas linhas de receita antes não exploradas.
Um dos modelos de negócio que mais se aproveita dessas oportunidades são os marketplaces e também os ERPs. Vamos dar alguns exemplos aqui de atuações que vem tendo um grande sucesso em suas atuações. É o caso da B2W, empresa que hoje possui um ecossistema enorme, com suas empresas de comércio eletrônico como Lojas Americanas, Submarino e Shoptime, dentre tantas outras iniciativas e empresas do seu portfólio para sustentar o fluxo de negócios. Lá dentro mesmo, sem precisar sair do ambiente deles, os vendedores/lojistas (chamados de sellers) ou prestadores de serviços, em ambientes com sua identidade, realizam operações de crédito, pagamentos, dentre outros, isso tudo sem acessar um banco tradicional e com a experiência mais fluida possível. Por outro lado, a B2W, ou outra figura como credor do processo, tem acesso a informações tradicionais e mais, informações do seller dentro do próprio negócio, como ali ele se comporta.
Já no caso do ERP, não é muito diferente, lá estão dados de todos os fluxos de contas a receber, a pagar, classificações, históricos etc. Essas informações, em caso de aceitação do cliente, podem ser usadas por um credor, para que possa oferecer a melhor solução de crédito – e tudo isso, sem sair do ambiente do próprio ERP, desde cadastro, crédito, formalização, do começo ao fim. Não é incrível?!
Diante desse cenário, uma janela de oportunidades se abre, seja para a figuras de financiadores, marketplaces, empresas com grandes redes de clientes e/ou fornecedores e para os tomadores de crédito.
Na figura de financiador, os que estiverem atentos aos movimentos do mercado, preparados tecnologicamente para tal dinâmica e dispostos a uma atuação fora do padrão do seu dia a dia, irão ter possibilidade de escalar de maneira exponencial seus negócios.
No papel de empresas, que não são de atuação em serviços financeiros e agora passam a adotar isso em meio aos seus negócios, surge uma realidade de novas fontes de receita, fidelização de clientes e fortalecimento de fornecedores que só potencializa o ecossistema em que se encontra.
E por último, no caso dos tomadores de crédito, clientes desse tipo de produto e atuação, um dos maiores beneficiados, passam a ter uma maior comodidade, acesso, ou mais acesso em alguns casos, aumentando assim o leque de opções. Uma coisa é certa, esse tipo de fintech veio para estimular ainda mais competitividade entre os players de mercado.
>>Este texto foi originalmente publicado no Portal de Notícias INFOCREDI 360, confira aqui.