Já imaginou interagir e passear com os amigos, escolher aquela peça de roupa na internet e projetar sua imagem vestido com ela, tudo isso de forma remota, no conforto de sua casa? Saiba que essa realidade não e mais algo tão distante ou inimaginável.
Nos últimos meses é praticamente impossível acessar a internet ou qualquer mídia social e não se deparar com alguma discussão sobre o Metaverso e como nossas vidas serão afetadas. Sem dúvida nada será como antes, mas em primeiro lugar é preciso entender sobre o que realmente estamos falando.
Na Wikipédia, encontramos a seguinte definição: “Metaverso é a terminologia utilizada para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais. É um espaço coletivo e virtual compartilhado, constituído pela soma de “realidade virtual”, “realidade aumentada” e “Internet”.
Muito embora a expressão tenha ganhado força na atualidade, o termo foi introduzido em meados de 1990 na literatura cyberpunk por meio do livro “Snow Crash”, de Neal Stephenson.
Desde novembro de 2019 assistimos a mudança do mundo físico para o mundo digital, com um aumento expressivo do comércio eletrônico, do home office e das reuniões virtuais. Esses fatores e a intensificação da “gameficação” como ferramenta de marketing e educação, colocaram o Metaverso como foco estratégico das grandes empresas globais.
Atualmente, as duas principais plataformas de Metaverso são a Decentraland e o The Sandbox, que são ambientes virtuais que permitem os usuários jogar, interagir com outros usuários e negociar mercadorias virtuais. Apesar de não ter um ambiente que permita a integração de todas as plataformas virtuais, muitas empresas estão investindo para criar seus espaços e vender versões virtuais dos produtos existentes no mundo físico. Dessa forma, temos um novo segmento do varejo, o “Metavarejo”, aonde a propriedade das coisas não é mais física e sim virtual e os indivíduos não sais mais pessoas, mas sim avatares.
No mundo físico, por influência do Metaverso, o foco passou a ser o varejo de experiência, com diversos ajustes nas lojas físicas, a começar pela mudança do layout para a criação de um ambiente mais propicio a experimentação, com investimentos em tecnologia, uso de realidade virtual, realidade aumentada e integração instantânea do mundo físico com os canais digitais de comunicação com os clientes. No Brasil ainda estamos em fase inicial desse varejo 2.0, uma vez que não temos a internet 5G, base para o metaverso e essencial para consolidar a experiência completa, pois quanto mais próximo de uma experencia real, mais velocidade e conexão serão exigidas e os varejistas não tem linha de créditos acessíveis para investir e fazer as adequações necessárias.
Acredito que a comercialização de mercadorias virtuais pode ser uma fonte de receita adicional muito interessante para as empresas que já tem uma marca consolidada no mercado mundial, entre as quais podemos destacar as grandes marcas esportivas e de luxo. Também pode ser um mercado muito interessante para artistas venderem “cópias digitais virtuais” para diversos consumidores a um preço unitário mais baixo e com um resultado total maior, podendo ser encarado como uma democratização digital da arte. Nesse momento, como consumidor, acredito que o uso das novas ferramentas vai facilitar muito o processo de compra on line, com o cliente se sentido dentro da loja ou do mercado, mesmo estando em casa, embora ainda tenho dificuldades para comprar itens virtuais para meu avatar, ao invés de comprar os itens físicos para usar no mundo real.
Muitas empresas estão aderindo a essa “nova tendência” e inovando quando o assunto é transformação digital. A L’Oréal, por exemplo, lançou a coleção Signature Faces 100% virtual, permitindo que seus clientes utilizarem seus produtos nas redes sociais e até em plataformas de videoconferência. O Google também avançou e inovou sua ferramenta de buscas permitindo aos usuários testes ao vivo ao abrir a câmera frontal do celular quando feitas buscas de algum produto cadastrado no sistema.
Para o varejo brasileiro, o formato live streaming foi sem dúvida, uma experiencia ímpar e muitas empresas que aderiram as lives tiveram seus resultados comerciais impulsionados. Foi inclusive, tema de destaque em importantes conferências sobre varejo como na NRF.
De qualquer forma o Metaverso veio para ficar e vai revolucionar totalmente a forma como nos comunicamos e consumimos produtos e serviços, sendo obrigatório para empresas e indivíduos se atualizarem constantemente sobre as novas realidades. Estima-se que em futuro bem próximo, as linhas entre real e o digital ficarão bem mais difíceis de serem delineadas.