O mundo do trabalho passa por uma verdadeira revolução, decorrente do processo de transformação digital, e, por consequência, os Departamentos de RH estão enfrentando uma dupla jornada, tanto para desenvolver a força de trabalho, quanto para remodelar a si próprio.
Como exemplos dessa revolução podemos citar os movimentos de modernização da legislação trabalhista e previdenciária, representados, dentre outras, pela:
• Reforma Trabalhista;
• Reforma da Previdência;
• Programa de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (PGRO) e demais revisões das Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança do Trabalho;
• Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD
Sob o ponto de vista de gestão, essa revolução pode ser exemplificada pela abordagem e implementação progressiva dos seguintes temas:
• People Analytics
• RH Mobile e Flexibilidade
• Gamificação no ambiente de trabalho
• Mindset Tecnológico
• Transformação Cultural
• Benefícios on demand
O governo não fica atrás desta revolução, se considerarmos a digitalização dos mecanismos de controle e fiscalização, representados, dentre outros:
• eSocial
• EFD-Reinf
• DCTF web
• SPED
Neste cenário, a postura profissional e empresarial em conformidade aos valores éticos e ao ordenamento jurídico vigente ganha cada vez mais importância, uma vez que garantir e manter o chamado Compliance requer transparência, credibilidade, colaboração, capacitação, e investimento, dentre outras ações.
Associe a tudo isso os efeitos de uma Pandemia, de uma Crise Política e Econômica, com desemprego recorde e a uma insegurança jurídica crônica, que, em primeira análise temos uma “Tempestade Perfeita”, certo?
Certo! Mas, prefiro acreditar, e acredito, que também temos um mar de oportunidades a serem exploradas para, juntos, transformarmos rapidamente este cenário em um Ciclo Virtuoso de Desenvolvimento Econômico e Humano, principalmente com o apoio de um crescente ecossistema de startups, que, com suas metodologias ágeis e disruptivas, geram cada vez mais soluções que impactam muitas pessoas e atividades, cada vez em menor espaço de tempo.
Um exemplo deste tipo de impacto, é a crescente adoção de Plataformas Digitais que aproximam profissionais, empresas e consumidores, de modo a promover novas atividades e novas fontes de renda, tais como:
• Plataformas de Comunicação Social (ex.: YouTube, LinkedIn, Facebook e Twitter);
• Marketplaces (ex.: Amazon e Mercado Livre);
• Intermediação (ex.: Uber, Airbnb e Ifood)
• Crowdworking (ex.: GetNinjas, Workana, Cataki e MaturiJobs).
• Os potenciais efeitos que vem sendo apresentados por estas plataformas são:
• Alto potencial de impacto no mercado de trabalho;
• Aumento da contratação de trabalhadores especializados;
• Aumento da contratação de profissionais autônomos;
• Alto impacto na jornada e o local de trabalho;
Impulsionam a gig economy, economia baseada em relações de trabalho temporárias e flexíveis executados, principalmente, por terceiros e autônomos.
Neste contexto, torna-se fundamental uma avaliação do grau de preparo da legislação trabalhista brasileira frente a estas novas tendências, principalmente com relação à sua flexibilidade, bem como a contínua capacitação e mudança cultural das pessoas para visualizar e aproveitar os benefícios desses novos paradigmas.
Como todo processo, a Transformação Digital teve seu início, mas não sabemos se estamos no meio e temos certeza que estamos longe do fim, ou seja, estamos atravessando um período de Transição em que temos que aprender ao longo do caminho.
É com este propósito que periodicamente discutiremos temas relacionados aos impactos da Transformação Digital no Mundo do Trabalho, para que, juntos, possamos atravessar e crescer durante este período de Transição Trabalhista.