LIVE KADMOTEK: LAWTECH – TENDÊNCIAS

Fui convidado pela Kadmotek a compartilhar minhas experiências e conhecimento no segmento de Lawtechs em uma live com outros parceiros, em que tratamos das principais tendências do mercado de Lawtechs e Legaltechs no ecossistema de startups.

 

Os participantes da live foram Cristina Donadio, advogada, consultora, investidora, especialista em mercado financeiro e recuperação de crédito; Carlos Akira Sato, COO do BTLaw, com carreira de executivo em grandes escritórios jurídicos, no BTG Pactual e, por fim, minha participação,  Nícolas Fabeni, co-founder  & CEO da StartLaw, advogado especialista em direito digital, administrador de empresas, analista de novas tendências e investidor em startups. O objetivo neste artigo é apresentar um resumo do que rolou na live que ainda contou com a mediação do founder da Kadmotek, Gilberto Albuquerque.

 

1 – As tendências para o futuro do mercado brasileiro de Lawtechs e Legaltechs:

Ao reunirmos um time tão diverso para tratar do tema em questão foi possível constatar que a presença da tecnologia no universo jurídico já é vasta e diversa, mas como destacou Cristina Rodriguez, sempre corremos o risco de falar em tendências e imediatamente a seguir, ela já estar obsoleta. Há uma série de avanços que podemos considerar sólidos considerando o tema em questão: Inteligência artificial e Machine Learning; App’s e plataformas de conciliação, coleta e preservação de provas digitais, bem como seu tratamento; legaldesign, com o design thinking approach aplicado ao Direito e outras tendências. O que podemos notar é que trata-se de um resultado da economia digital que começou na década de 90 e inseriu de vez o mundo numa revolução digital; no ambiente jurídico isso ocorre por meio, principalmente, das lawtechs e das legaltechs. O que eu considero, pessoalmente, pertinente destacar é a simplificação do acesso à justiça, que vai ao encontro dos princípios e direitos universais garantidos em quaisquer espaços democráticos. Talvez essa seja a principal função da tecnologia neste meio: garantir o acesso à justiça.

 

De um lado temos então a tecnologia aplicada ao Direito que, por meio das legaltechs, que desenvolvem soluções tecnológicas para aumentar a performance e eficiência; e do plano macro, doutro lado, as lawtechs criam soluções disruptivas em forma de produtos ou serviços a fim de facilitar procedimentos jurídicos.

A otimização do trabalho realizado no Direito passa por soluções nos tribunais, e também  nas grandes empresas, que hoje estão em diferentes patamares de aplicação da tecnologia em suas realidades práticas. Para Akira, um aspecto complementar, que merece destaque, é a aplicação da inteligência artificial na atividade central do direito, contribuindo nas atividades realizadas por advogados.

 

2 – As práticas que já permeiam o cotidiano legal com tecnologia:

Grandes escritórios, com capacidade de investimento, já aplicam a tecnologia a favor do cotidiano de seus trabalhos com amplo sucesso, o que não substitui a mão de obra humana, mas contribui na redução de custos e ganho de agilidade. São rupturas no mundo do direito que são inevitáveis nos diversos ramos dessa área.

 

Lawtechs e Legaltechs atuam, também, na coleta e análise de dados públicos com auxílio de técnicas e inteligência artificial, enquanto que ainda é incipiente a predição de resultados no meio público. Mas merecem destaque as iniciativas que foram aceleradas, justamente em função da crise sanitária iniciada em 2020, que agilizou a digitalização de diversos processos. Do meu ponto de vista, temos sido mais bem sucedidos na captação de dados, mas ainda temos muitas oportunidades no ramo da predição e da inteligência de dados.

 

O desafio de gerar uma base de dados capaz de formar inteligências artificiais vai além da questão financeira, e considera a necessidade de grandes bases de dados para análise que estão, preponderantemente, em posse do poder público nos tribunais. Mas aqui, de fato, trata-se de um grande desafio para o direito de forma geral, que passa por investimento e necessidade de contribuição entre setor privado e público.

 

3 – StartLaw – o programa de aceleração da B2L

Com o lançamento da terceira edição do Edital de Aceleração de Novas Ideias da StartLaw, procuramos separar projetos de negócios. O objetivo é fomentar o empreendedorismo de impacto no mercado do Direito. Dentre os destaques do edital teremos validação e teste de aplicabilidade dos projetos submetidos na aceleração que vierem a ser selecionados. Trata-se de um time com mais de 25 mentores com competência em suas áreas, que vão contribuir para viabilizar os projetos que forem submetidos no edital. A expectativa é mostrar que há oportunidades diferentes no mercado e também no peculiar universo  jurídico.

 

4 – Quais as dores que ainda carecem de soluções no direito

Falando de novas tecnologias, definitivamente a aplicabilidade de inteligência artificial é um ramo de grande potencial, seja no consultivo ou no contencioso. O ponto é como aplicar a tecnologia tão presente em nosso cotidiano no setor jurídico. Aqui merece destaque a pesquisa feita pela FGV, do curso de direito, que mostra que a tecnologia ainda é pouco explorada nos escritórios de direito. Assim, um dos grandes obstáculos é justamente que os desenvolvedores sejam capazes de compreender e implementar tecnologia no departamento jurídico, uma relação pouco administrada pelos gestores: tecnologia e direito. Um dado da pesquisa da FGV, que é impressionante, é a ausência de tecnologia na maior parte dos pequenos escritórios jurídicos brasileiros.

 

Bem, procuramos tratar alguns dos principais pontos abordados na live, mas assistindo o conteúdo você ainda pode conferir as perguntas enviadas pelo chat, que preferimos deixar apenas na versão de vídeo. Além disso, no vídeo da live você confere dicas exclusivas de softwares para atender as necessidades da sua empresa.

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