A LGPD | Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais impôs várias alterações nos processos de gerenciamento de informações das empresas. Além da revisão de políticas e desenvolvimento de treinamentos para colaboradores, parceiros e fornecedores, consideráveis recursos financeiros são aplicados no aperfeiçoamento das tecnologias de proteção da informação e na criação de soluções para gerenciamento do consentimento dos titulares dos dados.
A PWC, por meio “Global Digital Trust Insights Survey 2022”, que, entre julho e agosto de 2021, coletou informações de 3602 executivos de empresas de diversos setores em todo o mundo, sendo 124 deles brasileiros, constatou:
• 83% das organizações aumentarão seus gastos cibernéticos
• 45% dos executivos brasileiros preveem aumento dos gastos cibernéticos acima de 10%
• 77% dos executivos brasileiros consideram que as organizações se tornaram complexas demais para serem protegidas
• Menos da metade das empresas que participaram da pesquisa declararam ter processos formais de confiança de dados totalmente implementados
• Menos da metade das empresas que participaram da pesquisa declararam ter adotado, nos últimos 12 meses, ações para reduzir riscos cibernéticos de terceiros ou fornecedores
A proteção das informações é essencial em todos os negócios, independente do setor ou do tamanho da empresa, entretanto os recursos financeiros aplicados dificilmente serão bem vistos pelos stakeholders. Invariavelmente serão considerados como um “mal necessário”.
No Brasil, começamos a enxergar o outro lado da moeda. A LGPD e suas penalidades chegaram ao mercado junto com uma série de alterações regulatórias do BACEN que têm como objetivo aumentar a concorrência e universalizar os serviços financeiros.
Nos últimos meses presenciamos o surgimento de novos modelos de instituições financeiras, novos meios de pagamento, novos modelos de negócios financeiros, bancarização por meio de apps em celulares que culminaram com o PIX e o OPEN BANKING | OPEN FINANCE. A tecnologia foi o grande facilitador desse movimento, mais do que isso, a tecnologia segura garantiu esse salto. Há alguns meses era impossível pensar em abrir um conta corrente pelo celular!
Empresas que começaram seus processos de adequação à LGPD estão pavimentando seu caminho para participação efetiva no “OPEN TUDO”. Os benefícios do compartilhamento de dados só poderão ser aproveitados integralmente pelas empresas que estiverem preparadas para garantir a segurança das informações sob a sua responsabilidade e, mais do que isso, estiverem prontas para integrações tecnológicas com outras empresas (inclusive concorrentes) e apresentarem plenas condições de gerenciar o consentimento de seus clientes. Afinal a troca de informações está sob o nosso, pessoas físicas, nosso comando, seja de maneira integral ou fracionada.
O OPEN está alterando a estrutura de competição no mercado financeiro e deve avançar para outros setores. Em breve poderemos afirmar que gastos para adequação à LGPD são, efetivamente, um investimento com excelente retornos.