Em fevereiro, tive o prazer de participar de mais uma live da kadmotek, dessa vez com o tema: Governança e Metodologia Ágil em Startups. A live foi mediada pelo CEO e founder da Kadmotek, Gilberto Albuquerque, com participação da advogada Camila Cruz e da empreendedora Ana Paula Arbache, além da minha presença com o objetivo de contribuir com uma visão estratégica quanto à importância da segurança de informação, sobretudo alinhada à LGPD (Lei Geral de proteção de dados), nos processos cotidianos de startups.
A conversa foi extremamente rica e, como os encontros anteriores, contou com uma diversidade de perspectivas, garantidas por meio das biografias e trajetórias ímpares de cada participante. Em termos gerais, detalho a seguir a contribuição de cada participante e os principais pontos de debate.
Ana Paula Arbache, com sua visão e experiência estratégicas, de mais de duas décadas no ecossistema de startups, destacou a importância da governança em startups, sobretudo, quando já contam com investimentos de fundos. Por outro lado, revelou que considera a agilidade das startups uma característica que compõe o DNA destas empresas. Para ela, uma precursora da metodologia ágil, em suas palavras, uma filosofia ágil, o principal aspecto é adotar modelos apropriados às necessidades das startups, que devem ter estruturas enxutas e definição clara de objetivos nos squads. Assim, as fronteiras de poder tendem a ser mais diluídas, com papéis melhor definidos, o que sem dúvida, trará um resultado ágil e eficiente.
Camila Cruz, por sua vez, trouxe sua experiência e bagagem enquanto advogada, destacando a necessidade de processos de governança para dirimir riscos às empresas. Ou seja, é necessário conjugar o dinamismo natural das startups com formalidades jurídicas mínimas. Um aspecto fundamental para ela é o Compliance, a burocracia que parece não ter relevância, mas que pode interferir no crescimento e consolidação do negócio. Adotar determinadas regras desde o começo garante, no médio e longo prazo, uma maior sustentabilidade à empresa. Camila, ainda destacou que a adoção de ferramentas, que auxiliem nos fluxos internos, facilita o mapeamento e controle de processos, permitindo sua gestão e vantagens estratégicas, além de ferramentas que contribuíam para a agilidade nativa das startups, são capazes de garantir longevidade e saúde jurídica às empresas.
Por fim, com minha contribuição, procurei conjugar os anos de experiência acumulados atuando em grandes empresas do setor privado e, atualmente, à frente da startup BeeLegal, uma Lawtech com ampla atuação na oferta de soluções inovadoras e tecnológicas para o mercado jurídico. Destaquei importância da agilidade nas startups, que deriva, sobretudo, da necessidade de tomada de decisões rápidas e capacidade de adaptabilidade, já que pequenos erros, implicam em custos significativos, sem contar com as redes de segurança tradicionais de grandes empresas. Com minha experiência à frente da Beelegal, destaquei a importância de começar startups com ferramentas e processos capazes de garantir a longevidade da empresa, um aspecto essencial, neste sentido, é atender aos parâmetros definidos pela LGPD.
Trata-se de um novo olhar, uma mudança necessária de perspectiva em relação à Lei para entendê-la não apenas de forma burocrática, mas sim como uma vantagem estratégica.
Ficou curioso e quer ouvir a íntegra do bate-papo? Confira o registro abaixo: