Sempre que falamos de Startups lembramos dos famosos unicórnios e dos investimentos que apostam no crescimento da empresa de forma exponencial, mas na realidade as etapas de uma startup tem estágios diferenciados dependendo de cada segmento.
Segundo a metodologia criada pelos pesquisadores Cukier, Kon e Krueger essas etapas são chamadas de Criação, Evolução, Maturação e Autossustentação
Segundo a CanalTech com base no Censo StartSe, o tempo médio de maturação de uma startup é de 2 anos, conforme descrito abaixo:
1- Uso (6 meses): objetivo é revalidar o projeto, desta vez testando a atratividade dele em escala maior.
2- Compra (6 meses a 1 ano): valida o modelo de negócios e monetização do projeto. Primeiros clientes pagantes e inicia-se a geração de receita.
3- Economics (6 meses a 1 ano): definição do modelo de aquisição de clientes.
4- Receita: é o momento de conquistar o mercado. A jornada para alcançar esse estágio gira em torno de 2 anos.
Para quem faz a gestão de uma Startup a percepção é um pouco diferente, apesar do imenso desejo de fazer parte do universo citado no primeiro parágrafo.
As coisas acontecem de forma muito rápida e as decisões precisam ser tomadas com pouca informação e com riscos maiores do que seriam considerados aceitos em grandes corporações. Fazendo um parêntesis sobre a tomada de decisões em corporações, podemos imaginar que grande parte da demora em decisões deve-se ao fato dos executivos estabilizados em seus cargos terem que se “proteger” mais do que se arriscar. Isto acaba virando parte da Cultura da empresa. Muitas organizações precisaram criar empresas separadas para fazer nascer a inovação em seus negócios.
Voltando aos desafios diários de uma startup e muitas vezes extenuantes na busca de resultado, vamos analisar os perfis de stakeholders (pessoas envolvidas no processo):
Cliente: personagem essencial para o sucesso de negócio. Muitas Startups nasceram da identificação da necessidade ou descontentamento do cliente com algum produto ou serviço oferecido. Outras de uma forma de inovação que o cliente sequer tinha imaginado a viabilidade, mas adotou prontamente esta mudança.Neste segundo caso temos os exemplos clássicos do Iphone como produto e do UBER como serviços. Manter-se próximo do cliente e colher seus feedbacks é vital para a evolução do negócio
Fundador: normalmente tem o perfil visionário e está disposto a apostar em sua nova ideia. É aquele que prepara o ambiente para que o projeto evolua, mesmo com riscos financeiros. De alguns anos para cá passaram a ser vistos como potenciais para receber investimentos vultosos em função de retornos exponenciais, mesmo que ainda não estejam com o negócio consolidado. Aqui cabe um cuidado quanto à gestão, onde é necessário decidir se o crescimento vem da expansão com mais riscos ou de movimentos com mais austeridade e resultados a médio e longo prazo.
Investidor: O investidor tem foco em resultados e tem objetivo de obtê-los no menor período possível. Esta “ansiedade”varia com o tipo de negócio, estágio da startup.
Funcionário: O funcionário de uma startup, mesmo as mais estruturadas, precisa entrar no negócio sabendo que será multitarefa, ou seja, atuará em diversas áreas para atender as demandas. Isto não é em vão. As oportunidades de crescimento rápido na carreira e reconhecimento na sua área de atuação.
O segredo está em compatibilizar os interesses de cada um de forma harmônica, gerenciando expectativas, sem comprometer os resultados, o que nem sempre é uma tarefa fácil, mas não impossível. Há também o fator confiança, que deve ser mantido em nível bastante alto, pois a interdependência é muito grande e os recursos normalmente são escassos. Para tanto, é necessário um controle de indicadores, o estabelecimento de processos internos ágeis e um forte relacionamento com clientes, que muitas vezes se tornam parceiros em uma relação de longo prazo.