Após formular uma ideia é um grande desafio de todos empreendedores desenvolver e lançar o produto, mesmo após muito planejamento e testes, nem sempre o produto/serviço chega bem formulado até o usuário final.
Um ótimo atalho para reduzir os riscos de haver retrabalhos ou necessidade de pivotagem é utilizar o processo de Design Sprint antes mesmo de começar a produzir uma solução para o mercado.
Meu intuito com esse artigo é ajudar as pessoas que estão lançando um novo produto, serviço ou recurso, mas que estão com dúvidas sobre a usabilidade ou aceitação do público alvo.
O que é Design Sprint
Digamos que o Design Sprint é um processo de pré-desenvolvimento onde podemos falhar, pivotar e corrigir etapas do projeto sem antes dispensar uma série de recursos.
A metodologia foi criada dentro do Google pelo designer Jake Knapp para prototipagem de soluções digitais. Em cinco dias, o Design Sprint ajuda uma equipe no mapeamento, desenho, estruturação e testes que tiram do papel um desafio e resultam um protótipo utilizável.
Como funciona o Design Sprint
Ao escolher o problema a ser resolvido o desafio está lançado, é hora de reunir a equipe e compartilhar com todos sobre a ideia do projeto.
A equipe depende basicamente de um designer (responsável por planejar a estrutura), alguém que seja o facilitador (pessoa de posição neutra que deve intermediar as ideias com foco no desempenho da equipe), um stakeholder (o CEO, dono da ideia ou tomador de decisões), um gerente de produtos (pessoa que conhece os usuários como ninguém) e por fim um técnico (desenvolvedor de software ou quem entende dos detalhes técnicos da produção/execução).
Essa equipe deve conhecer o desafio previamente e terá apenas 5 dias para levantar dados, esboçar a solução, decidir o caminho a trilhar, prototipar a solução e finalmente validar com testes e feedbacks.
A equipe pode aplicar o Design Sprint em novos produtos/serviços, novas funcionalidades ou melhorias de problemas recorrentes dentro de uma organização.
Como aplicar o Design Sprint
Primeiro dia: Compreender
Todos da equipe precisam expor o que conhecem sobre o tema, essa exposição de informações será vital para encontrar o melhor caminho a seguir, isso ocorre, pois, a equipe é multidisciplinar e podem existir informações que o técnico conhece com precisão e o stakeholder não as entendia com detalhes, ao mesmo tempo pode existir alguma informação que o stackholder aborde e o gerente do produto não a conhecia. Essa troca de experiência fará com que a equipe se alinhe com os fundamentos necessários para prosseguir até a próxima etapa.
A dica dessa etapa é que o foco seja no problema, no desafio a ser enfrentado, assim todos irão pensar na solução em si, e não somente no que sua área pode contribuir.
Segundo dia: Divergir
Primeiramente a equipe precisa focar em um trabalho individual, onde todos devem colocar suas ideias para resolver o desafio/problema no papel, de forma particular.
Somente após cada um levantar seus dados particulares chega o momento de todos olharem o trabalho individual dos outros integrantes, avaliando como cada ponto levantado pode funcionar. Ao final dessa análise, a equipe deve votar nas melhores soluções e separá-las para o próximo dia.
Terceiro dia: Convergir
Infelizmente não podemos levar todas as ideias para prototipagem, o tempo para prototipar, testar e validar é curto. Portanto, no terceiro dia a equipe irá apontar as soluções que serão levadas até o processo de prototipagem.
O objetivo aqui é terminar essa etapa (dia) com um storyboard de como o produto irá interagir com as partes envolvidas.
Quarto dia: Prototipar
Essa etapa é desafiadora, a equipe precisa ser muito produtiva para não perder o prazo de criar um protótipo funcional em um único dia. A dica aqui é utilizar ferramentas de prototipagem já conhecidas pela equipe. Por exemplo, se o produto for um aplicativo, procure usar um software de desenho de telas já dominado por algum integrante da equipe, assim não haverá tempo perdido entendendo como criar um botão na tela.
O protótipo a ser criado precisa estar funcional até o final do dia, sendo assim o melhor a se fazer é usar as primeiras horas da manhã para planejar tudo que o protótipo irá abordar, com isso a produção ao longo do dia será mais ágil.
Último dia: Testar
Esse é o grande dia! Agora com o protótipo em mãos é hora de mostrá-lo para o público alvo, entender e validar o teste para tomar a decisão de prosseguir ou não com a ideia.
De forma individual a equipe convida potenciais usuários para testarem a solução, o ideal é que essas pessoas não sejam influenciadas umas pelas outras, portanto o teste em massa, apesar de mais rápido, pode conduzir a equipe para uma direção diferente, a grande dica aqui é que o teste seja de forma separada, assim o feedback será mais verdadeiro e a leitura de cada teste pode ser mais assertiva.
O feedback do usuário não pode ser entregue apenas ao final do teste, é adequado que o usuário vá utilizando o protótipo de em tempo real falando sua opinião (positiva ou negativa) sobre o que está utilizando.
E se a ideia falhar?
Caso a equipe após o teste do protótipo tenha entendido que o mesmo não deve sobreviver isso não se trata de um caso de fracasso, sinta-se feliz com o resultado, aliás a empresa poderia ter dispensado um investimento em algo que seria um fracasso.
Se o entendimento da equipe é que o projeto precisa de melhoria, mas ele é uma solução bem aceita pelos usuários, é hora de investir mais tempo e planejar os detalhes antes do produto entrar em produção. Assim com novas análises a solução precisará de menores refinamentos em produção, evitando retrabalhos e custos operacionais.
Agora, se o produto brilhou nos testes, perfeito! A equipe encontrou o caminho é hora de produzir.
A ideia do Design Sprint é exatamente essa, aprender rápido com os erros antes de investir em produção e lançamento, com isso o lançamento de um projeto terá menor custo e maior sucesso.
Se quiser aprender mais sobre Design Sprint, recomendo o livro “Sprint. O Método Usado no Google Para Testar e Aplicar Novas Ideias em Apenas Cinco Dias – por Jake Knapp”.
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