Após essas minhas férias senti que estava na hora de começar a escrever sobre essa jornada de nômade digital e, ao ler o artigo da Adriana Drulla, na Vida Simples e outro artigo de Tatiana Iwai e Gustavo M. Tavares no portal Insper, foi o chamado para escrever sobre desacelerar. Já começo compartilhando parte da minha história, depois como iniciei a redução de marchas nas férias e ao somar com os artigos citados, faço um resumo de como pretendo manter essa “nova rotina” e qual é a rodovia que quero pegar nessa jornada para desequilibrar o mínimo a minha vida pessoal e profissional.
REVISÃO – ASCENÇÃO SOCIAL
Venho de uma origem humilde e vivi em muitas regiões da cidade de São Paulo, isso deve explicar eu ser nômade, na simplicidade dos meus pais nunca faltaram duas coisas: amor e incentivo aos estudos.
Iniciei como office-boy em um banco, estudava a noite para ser técnico em processamento de dados e tive a oportunidade de ascender a um cargo de tecnologia muito jovem, foi a gasolina, que me levou a ser um empreendedor no mercado financeiro.
Sem fazer juízo de valores, eu parti em busca de maiores salários, prestígio e oportunidades de autorrealização, sei que muitos jovens questionam que para isso é necessário enfrentar problemas complexos, desafios desconhecidos, maiores responsabilidades e, por conta de assumir um papel de liderança isso traz um desequilíbrio na balança de vida pessoal e profissional. É verdade, por isso nessa travessia precisei inúmeras vezes de balanceamento e cambagem da minha vida.
REDUZINDO DA 5ª PARA 4ª – REDES SOCIAIS
Cada vez mais as pessoas estão em diversas redes sociais, eu priorizei o LinkedIn e o Instagram, uma por razões profissionais e outras pessoais, e hoje são parte do meu dia a dia.
Ao reduzir a marcha ficou claro que ainda é possível viver sem elas, turn off (desliguei), suprimi os apps do meu celular. E foi ótimo poder voltar a usar meus outros sentidos de forma ativa para a interação social.
REDUZINDO DA 4ª PARA 3ª – TO-DO
Essa dica é para os workaholics (viciados em trabalho), aos 16 anos já era desenvolvedor de sistemas e adotei, no primeiro momento, uma lista de tarefas. Com o tempo foi evoluindo para bloco de anotações digitais, agendas eletrônicas, assistente pessoal (Palm Top), outlook e hoje TO-DO.As tarefas são para mim como um carro na frente do meu para-brisa, quero ultrapassar.
Sempre fui um executor de atividades, com certeza, um desiquilíbrio e esse excesso de atividades somente me trazia frustração, até descobrir que posso e devo agendar muitos itens para um futuro bem distante e assim passei a dirigir sem me incomodar com os carros na minha frente.
CARRO SEMPRE BRILHANDO – PERFECCIONISMO
Somente nos EUA existe mais de 34 milhões de recall de veículos por ano, a 3ª causa de mortes são causadas por falhas médicas o que atinge mais de 250 mil pessoas por ano.
É necessário em vários segmentos, como exemplo: saúde, aviação, engenharia, energia nuclear, entre muitos outros, profissionais que buscam a perfeição.
Aos que sofrem com essa busca pelo perfeccionismo, convido mudar a interpretação de intolerância destrutiva ao fracasso para a vontade de fazer o difícil e nunca esquecer que o ótimo é inimigo do bom. Em nosso dia a dia devemos separar o que exige um nível de criticidade, e por consequência nossa excelência.
PASSEANDO DE CARRO – VIVER O HOJE
Sigo na busca de desenvolver melhor as minhas competências humanas, pois entendo que ajudam a manter a balança favorável:
• Comunicação: não violenta; efetiva e empática
• Cognitivas: resolver problemas; não procrastinar
• Resiliência: buscar ser um camaleão nos ambientes
Falhas e perdas são necessárias para o nosso desenvolvimento, você não precisa ser workaholic nem querer ter uma posição de liderança, mas para atingir o equilíbrio que você busca, temos que aprender a conviver com elas, pois errar é (ser) humano!
O amanhã pode não chegar, então se você quer correr, corra, só te convido aos momentos que você desacelera, a curtir seu entorno buscando ver o que tem a te oferecer naquela fração da sua vida.