CRIPTO VALLEY: DA REVENDA DE FERRARIS À TOKENIZAÇÃO DE ATIVOS

Durante dois dias intensos, de 3 a 4 de outubro, participei do CV SUMMIT, um evento realizado pelo CV Labs em Zug, Suíça, conhecida como o Cripto Valley. Esta pequena cidade suíça é notável por sua dualidade entre tradição e modernidade, sendo o berço do primeiro Banco a custodiar criptoativos e também abrigando a maior revendedora de carros, Ferrari. Zug ganhou reconhecimento internacional como o “Crypto Valley”, destacando-se como um centro inovador para empresas de blockchain e criptomoedas, beneficiando-se de um ambiente regulatório favorável. Além disso, a cidade é famosa por sua próspera cena de revenda de carros de luxo, como as icônicas Ferraris, refletindo o estilo de vida sofisticado de seus habitantes. A combinação única de inovação tecnológica e elegância tradicional torna Zug um destino atrativo para entusiastas de tecnologia e amantes de carros de luxo.

 

Tokenização de ativos no Mundo Real

 

A palestra de Eduardo Carvalho destacou a evolução do projeto desde 2017, concentrando-se em ativos do mundo real e no potencial da blockchain. Em 2017, eles conceberam a utilização de imóveis como referência para o valor na blockchain, visando trazer estabilidade aos tokens por meio da geração de receita de um portfólio imobiliário. Até 2022, alinharam-se à ideia de criar valor recomprando e queimando tokens usando moeda fiduciária. Operando a partir da Suíça, sua abordagem envolve estabelecer uma empresa, obter licenças e posicionar seu token (DY S) como um token de pagamento com respaldo imobiliário não classificado como um token de segurança. Os aspectos únicos incluem um fornecimento limitado de tokens (21 milhões) e um mecanismo de recompra e queima usando receitas de diferentes países, reduzindo a exposição a riscos regionais. Este token de pagamento inovador, não vinculado a imóveis tokenizados, busca oferecer proteção de preço durante períodos de baixa no mercado, enfatizando a importância de uma fonte clara de receita para a adoção em massa.

 

Adicionalmente, o projeto aborda a tokenização de ativos, destacando que não estão tokenizando propriedades, mas sim utilizando o potencial total da blockchain como um token de pagamento, mantendo a segurança proporcionada pelos ativos imobiliários, que geram receita. A empresa estabelecida na Suíça passou por um processo de oferta privada e está se preparando para listar em grandes bolsas. Com propriedades em São Paulo e Mayfair, Londres, como geradoras de receita, eles implementam mecanismos de escassez, limitando o fornecimento de tokens, e o inovador método de recompra e queima com moeda fiduciária, permitindo flexibilidade em diferentes moedas, mesmo em crises imobiliárias regionais. Este token é único por ser um token de pagamento com referência imobiliária, sem ser classificado como token de segurança, proporcionando uma clara percepção de estabilidade e origem da receita para a adoção em massa.

 

How blockchain is helping emerging markets leap ahead

 

O painel, How blockchain is helping emerging markets leap ahead, moderado por Devon Krantz, contou com participantes especializados em diversas áreas, incluindo Kevin Kyer, CEO da Pyrpose, focada em investimentos sustentáveis; Dr Jemma Green, co-fundadora e Presidente Executiva da Power Ledger, destacando soluções energéticas inovadoras; e Gideon Greaves, diretor para a África do CVVC, discutiu-se o impacto da web 3 nos mercados emergentes, visando reduzir ineficiências, aumentar a transparência e facilitar o acesso a serviços financeiros.

 

Destacaram-se casos de uso em mercados emergentes, focando a Africa, como a promoção da inclusão financeira, identificação por meio de blockchain para combater a falta de contas bancárias e acesso a crédito. Na área de energia, foram exploradas soluções descentralizadas, como a venda de eletricidade excedente via blockchain, impactando positivamente comunidades. Kevin Carr ressaltou a importância de direcionar fundos para mercados emergentes de forma transparente, eficaz e colaborativa, utilizando blockchain como catalisador.

 

Ao abordar desafios, mencionou-se a necessidade de educação e conscientização, particularmente em governos que podem não entender completamente a tecnologia. As perspectivas futuras incluem a democratização do poder para um futuro sustentável, com expectativas de desenvolvimentos na desregulamentação da eletricidade e o crescimento de soluções reais baseadas em blockchain.

 

Em resumo, a palestra destacou o potencial transformador da Web 3 em mercados emergentes, abordando desafios e destacando soluções práticas que impulsionam a transparência, inclusão financeira e inovações na energia, reduzindo ineficiências e melhorando a transparência. A democratização de energia e desenvolvimento econômico em países de baixa renda é uma perspectiva empolgante.

 

COMENTÁRIOS FINAIS

 

Foram dezenas de painéis em 2 dias, escolhi dois que assisti, e não podia deixar de prestigiar o Eduardo, founder brasileiro que está erradicado em Zug, o evento que teve aproximadamente 2000 participantes, e com players que estão desde 2017, em um ambiente de Bear Market, deixa claro na opinião desse colunista, que a Web 3.0, veio para ficar, que hoje os desenvolvimentos aplicando AI, fazem parte de todas as empresas de destaque nesse ecossistema, e que tem oportunidades de reproduzir soluções web 2.0, mas com avanços ainda não imaginados por nós.

 


Um evento incrível, e o melhor foi poder compartilhar com o time da quadra:
Pedro Birmann , Thiago Benhami , Ambrose Regan , Marcello Piola Holtz e Soheel Haque-Everding , que tenho a honra de vivenciar esta jornada no mundo Cripto.

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