Comércio Pós- Pandemia: físico e digital
Não seremos os mesmos, mas podemos ser bem melhores.
A recente evolução do número de vacinados no Brasil, e a expectativa de termos boa parte da população adulta vacinada com duas doses até o final de outubro, traz a perspectiva de uma melhora real na confiança do consumidor e nosso dia a dia. É claro que os cuidados preconizados pelos órgãos de saúde em relação à crise sanitária devem ser mantidos, como parte fundamental dessa luta contra a pandemia da COVID-19, afinal, as variantes do vírus ainda estão rondando entre nós. Mas estamos confiantes que devemos alcançar um patamar de maior segurança na circulação geral das pessoas nos próximos meses, o que certamente favorecerá vários setores da economia, principalmente o comércio.
Reforçando essa tese, números divulgados recentemente pelo Inter Research, mostram que as taxas de ocupação e vendas nas principais redes de shopping do Brasil devem ficar em torno de 20% abaixo dos níveis pré-pandemia agora no 2º trimestre, apontando uma recuperação robusta na retomada das atividades desde meados de abril.
Mesmo com essa retomada, os comerciantes, especialmente os pequenos, precisam se livrar da armadilha na qual caíram no 2º semestre de 2020, quando depois de verem alguma reação das vendas com a volta gradativa das pessoas às lojas, se afastaram das iniciativas digitais, acreditando naquele momento que a vida voltaria a ser como era antes da pandemia. Não voltará!
Com a pandemia, o consumidor modificou seus hábitos, e isso veio para ficar. Por isso, qualquer que seja o seu segmento no varejo, a mistura indivisível é a junção do físico e do digital, o que apelidaram de “figital”. E mais, estudos indicam que a jornada do consumidor tende a começar pelo digital.
Em outro artigo aqui do blog, “A difícil jornada dos pequenos varejistas no Brasil”, o Francisco José Ritondaro explora algumas importantes tendências para o futuro e os desafios para o pequeno varejo (leiam). Agora, quero contribuir com sugestões de ações práticas, para que o lojista inicie ou aprimore sua transformação digital.
Como os brasileiros gastam em média 5 horas por dia nas redes sociais (fonte Tecmundo), é fundamental que o lojista esteja presente no Whatsapp, Facebook e Intagram, nessa ordem, as 3 redes mais acessadas. Pesquisa da Accenture também revela que o Whatsapp representa a ferramenta de compra para 83% dos consumidores no Brasil. Seguindo essa realidade, e para colocar a mão na massa, sugiro:
• Acredite no digital e conscientize todos que trabalham com você na loja (isso é o mais importante)
• Cadastre seus clientes e registre as compras que eles fazem (fundamental conhecer seu cliente e seus hábitos)
• Se integre a marketplaces, empresas de delivery e e-commerces dos shoppings. Lembre-se que embora sejam serviços caros, representam mais uma opção de venda! O segredo aqui é vender no físico “E” no digital.
• Elabore um “cardápio” das suas ofertas (modifique o mesmo de tempos em tempos) e divulgue nas 3 redes sociais (impulsione para que elas apareçam para o seu público)
• Se relacione com seus clientes através das redes (tire um tempo para gerenciar as mensagens/posts e não deixe seus clientes sem respostas)
• Crie conteúdos e publique (coisas simples como o depoimento de um cliente satisfeito ou uma dica sua sobre o uso de um produto/serviço são super eficazes)
• Para aprender a usar bem as ferramentas das redes sociais, procure o Sebrae (cursos e eventos online ou presencial)
Essas ações podem ser feitas uma de cada vez, gradativamente. O importante é começar. Aprenda com o uso, teste, e vá definindo ao longo do caminho o que funciona ou não para o seu negócio. Esse é o princípio básico da inovação e da digitalização.
Se mantenha atento às iniciativas que o varejo vem experimentando, e adote uma postura otimista em relação ao futuro, porque na verdade ele já chegou!