BRASIL E AS HEALTHTECHS

O Brasil tem um contexto climático, geológico e internacional altamente favorável, no entanto nossa economia tem breves períodos de impulso seguidos de quedas e estagnação.

 

Os problemas não são novidade, já foram extensamente mapeados e até empacotados em uma grande classe tristemente chamada “Risco Brasil”.

 

Essa é a parte “meio vazia” do copo, qual seria a parte cheia?

 

Podemos encontrar impulso na economia brasileira no Agronegócio, na Mineração, uma grande maturidade no setor financeiro e algumas ilhas de excelência empresarial hard tech como a Embraer, a Weg e a Petrobras.

 

Mais recentemente estamos vendo que nossas Startups têm mostrado muita força tanto em IPOs, Unicórnios e até empurrando competidores internacionais para fora do mercado como a recente notícia da desistência do Uber Eats em um mercado já liderado pelo IFood.

 

Nos primeiros dois itens a vantagem competitiva original, muito bem desenvolvida pelo empresariado, veio do “berço esplêndido” em que estamos deitados, nos exemplos de hard tech temos casos que utilizaram a vantagem inicial de um mercado fechado para depois sustentarem competitividade internacional e outros que se beneficiaram de mecanismos de parcerias e incentivos públicos conseguindo perpetuar essa vantagem.

 

No caso do setor financeiro e das Startups o que explica esse sucesso? Existe um ponto em comum?

 

Na minha visão sim, temos em comum um ativo que não tem sido suficientemente estudado e está por trás desses sucessos, 213 milhões de pessoas com hábitos de consumo agressivos, falando a mesma língua, com uma integração cultural bastante razoável, e hábitos bastante parecidos.

 

Claro que a depender do produto o poder aquisitivo encolhe esse mercado potencial, no entanto, políticas de bem estar social, expansão de infraestrutura e telecomunicações fazem com que soluções abrangentes possam atingir milhões de pessoas mesmo considerando mercados relevantes por corte de poder aquisitivo ou geografia.

 

O Brasil é o sexto país mais populoso do mundo, não enfrenta desafios culturais, políticos, institucionais e de infraestrutura como a Indonésia, Índia e Paquistão.

 

A primeira leva de Startups que aproveitaram esse potencial foram as Fintechs por estarem interligadas com o setor bancário já maduro que lhes proveu uma condição de arrancada mais acelerada. Outra leva interessante sobre a qual falaremos em outra oportunidade são os marketplaces que combinam uma séria de soluções e também se beneficiam dessa estrutura financeira estabelecida.

 

Chegamos então no tema do título: Desenvolvimento e saúde (Healthtech).

 

Pensando nesses 213 milhões de Brasileiros e suas maiores necessidades e desejos vemos potencial de crescimento exponencial represado justamente no setor saúde. Na base da pirâmide de Maslow das necessidades humanas estão justamente as necessidades biológicas básicas.

 

Alguns impulsores fazem com que as oportunidades no setor saúde brasileiro sejam ainda mais alavancadas: (i) mudança da pirâmide populacional com rápido crescimento da faixa 65+ que tem mais demandas de saúde, (ii) ineficiências e desperdícios de um setor desagregado com players ainda bastante isolados entre si, (iii) profissionais bem formados, (iv) universidades e pesquisa acadêmica qualificada, (v) SUS – sistema único de saúde integrando sistema público e o privado provendo cobertura nacional integral.

 

Nesse contexto que não é novo o momento das Startups Healthtech já estava acontecendo no Brasil, porém pela complexidade e baixo conhecimento do seu funcionamento não era percebido com clareza pelos potenciais financiadores.

 

A Pandemia Covid tornou agudos os problemas crônicos do setor saúde e trouxe luz para suas dores, os financiadores mais antenados estão sendo rápidos em suportar as Startups que oferecem soluções escaláveis e tem a sofisticação suficiente para navegar na complexidade das relações e da regulação do setor.

 

A hora das healthtechs é agora e vai durar muito mais que 60 minutos.

 

 

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