Que os Bancos Digitais foram os grandes responsáveis pela bancarização de alguns milhões de novos clientes, é inegável, e isso intensificou-se ainda mais com a pandemia. A facilidade de abertura de conta, tudo digital, interativo, fluido e com acesso na palma da mão, sem a necessidade de se ir a uma agência e ter toda aquela fila, papelada e afins, foi uma grande evolução. Mas tirando os grandes Bancos Digitais que iniciaram, em alguns casos, só com a conta digital e/ou cartão de crédito, ou pré-pago, os menores e mais nichados foram lançados somente com essas funcionalidades e, mais adiante, aumentaram os seus agregados gerando volume de itens, mas não de receita.
Eis que a necessidade de monetizar a base aconteceu, surgindo a busca por adesão ao crédito, tanto de pessoas físicas como de jurídicas, onde se concentra uma das maiores gerações de receita e de recorrência nos produtos financeiros, mas, em contrapartida, é onde também há o maior risco ainda mais em momentos em que o mar não está para peixe.
Houve um tempo em que o surgimento de Bancos Digitais fora comparado com a tal da paleta mexicana, que teve uma explosão de abertura de novas unidades num curto espaço de tempo e, num passe de mágica, com a mesma velocidade de abertura, simplesmente sumiram. E isso de fato ocorreu e ainda vem ocorrendo, muito devido a essa trilha adotada de todo o mundo virar banqueiro, ter um banco para chamar de seu, “Fulanos Bank”, e não pensar que, para abrir, manter e crescer, custa. E mais: para extrair cada centavo de receita é complexo, difícil, e fazer isso a mar aberto nem tem como.
O mercado amadureceu e hoje a busca por abertura dos seus “próprios” Bancos, no quesito posicionamento e não Instituição Financeira de fato, é mais bem estudado antes mesmo de um início efetivo de operação, devendo-se considerar que antes de tudo, ser mais um no mar vermelho, não irá agregar em nada aos clientes, mesmo que tudo que se ofereça seja de graça, um apelo que já não mais é forte o suficiente. O ponto é iniciar um negócio como esse, com um potencial de rede de propagação, um ecossistema integrado, uma rede de grandes clientes ou fornecedores já com relacionamento, e que, com a sua solução terão vantagens claras.
Sem dúvida alguma além dos pontos acima como pré-requisitos, o crédito agora veio à tona, é nele que se concentra a mais nova onda de oportunidades ou, para alguns casos, de sobrevivência, visto a necessidade de uma operação superavitária. Tendo isso posto, a competição entre players ofertantes de crédito só aumentará e a necessidade de busca por soluções de terceiros em análise, monitoramento e recuperação de crédito, também. Então, você que está pensando em ir por esse caminho ou conhece alguém que esteja, não deixe de considerar como será explorada a vertente de crédito dentro da sua rede de clientes.
>>>Este texto foi originalmente publicado no Portal de Notícias INFOCREDI360, confira aqui.